domingo, 30 de dezembro de 2007

Sucesso


Devido ao estrondoso sucesso de "Amorzinho gostoso", dois conjuntos já disputam o próximo sucesso: "Quero sua flor". São eles o Irritasamba e o próprio Só Emoção.

Eu já me imagino como grande produtor artístico ouvindo a galera cantar com os amigos aí do lado:

Já faz tanto tempo que eu
Não visito teu jardim
Me lembro de como era tão bom
Sentir teu cheiro de jasmim

Agora só penso em replantar
O nosso sentimento
Que cresça para relembrar
Nossos melhores momentos

Assim como um beija-flor
Teu néctar vou recolher
E o doce que de ti colher
Vai me curar a dor

Não quero apenas um gomo
Da sua fruta
Quero sua flor
Quero seu amor..."


O último tópico do ano é homenagem a todas as pessoas que contribuíram para a manutenção do blog (ou blogue, como qurem os puristas) : os amigos professores, as amigas solteiras sem prespectiva, os alunos malsucedidos, meus digníssimos filhos e esposa, a MPB, e, at last, but not at least, d. Andréa Maria, a senhora minha mãe, que, aliás, hoje fez um almoço pra trinta pessoas, que só virão semana que vem. (Essa, completa, fica pro ano que vem!)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Rap do adjunto adnominal

Alô, massa funkeira!
Vamos parar com esse caô de matar aula, hein!
Vamos acabar com esse estigma de ignorância!


Quando eu era moleque
Chamavam funk de balanço
As equipes davam bailes
Nunca entrava uma criança
Bandido não cantava
Não tinha proibidão
A galera da favela
dançava com disposição

Quando eu era moleque
Ainda não tinha Mc
O Catra ainda estudava
Morava no Catrambi

A galera ainda achava
Que era o futuro da nação
Dançava ao som da Pipo´s
mas ouvia Legião

Ali tinha um povinho
Que não se encontra igual
Sabia português
Tinha noção gramatical

Hoje funkeiro rima
Sal com futebol
Paz pra todo mundo
É alegria "pra geral!"
Então pra acabar com a fama de analfabeto
Mc. Prof. ensina
Adjunto adnominal

Funciona como atributo
Do substantivo
é parte periférica
Pode ser locução,
Numeral ou adjetivo
Só não confunda classe com função

Agora sim eu digo
Para o que isso serve
Só pra fazer concurso
Pois pro resto a gente esquece

Se liga aí, Geral,
no adjunto adnominal!

Amorzinho gostoso (Só emoção)


Meu bem, minha linda
Você sabe bem que é minha princesa
Quero manter nossa paixão acesa
Pois sei que amor há no seu peito ainda

Meu coração
Eu não me esqueço das tardes de agosto
Em que a gente fez aquele amor gostoso
E você me disse que eu era o seu rei


Hoje
Eu sinto falta do seu jeito de ser
Você bem sabe
Que é meu Bem-Querer
Sem sua presença não quero viver...

(Refrão)

Me dá de novo...
O seu co-ra-ção
Faz co-mi-go
Mais uma vez
Aquele amorzinho gostoso

10 resoluções pra 2008


Fim de dezembro é época de resoluções. Eu tenho algumas pros próximos dias, não sei se resistirão a um ano inteiro.

1. Decidi ganhar dinheiro. Decidi que vou ser Mc ou vou montar um grupo de pagode. Eu preciso aproveitar esta minha estampa de pobre pra alguma coisa. Os nomes já estão prontos: Mc Prof., no caso da opção funkeira (com o hit Rap do adjunto adnominal); ou Só Emoção (que vai lançar o hit de inverno Amorzinho gostoso), pro caso do pagode - isso se já não têm donos esses nomes tão criativos.

2. Decidi que no próximo ano vou tratar qualquer vendedor, de qualquer loja como se fossem meus empregados, antes que eles façam o contrário. Impressionante como esse pessoal é mal treinado. Eu quero é que se danem, pois, se estão ralando em loja, é porque foram aqueles alunos vagabundos que enchiam o saco na sala de aula.

3. Decidi que todas as minhas aulas vão durar de 5 a 10 minutos, pois é o máximo que os alunos conseguem me aturar mesmo.

4. Decidi que não dou mais a vez em fila de supermercado, nem ajudo a comprar quilo de arroz, feijão etc. (Isso depois de ver uma cidadã dos seus 60 anos, revezando-se nos caixas, cada hora pedindo a um pra comprar alguma coisa. O carrinho da senhora devia estar mais cheio que o meu...)

5. Decidi que vou preparar meu filho mais velho pra ser governador do estado, pois o mais novo só vai ser responsável por escândalos. Com certeza vai ser do tipo que vai mandar pra todo mundo o "Sabe com quem está falando?"

6. Decidi não criar mais expectativas quanto a ficar rico dando aulas.

7. Decidi deixar de lado a idéia de pedir ao dono da Estácio que batize meu filho mais novo. (Não sou católico, mas sabe como é, né?)

8. Decidi que não vou mais tirar ponto de aluno que não coloca trema no u e ainda diz que o trema não existe mais.

9 Decidi que vou freqüentar os conselhos de classe, só porque sei que não me querem lá.

10. Decidi que vou para Yokohama pra ver o mengão na final do mundial interclubes em dezembro.

Post scriptum: Em breve as letras de Amorzinho gostoso e Rap do adjunto adnominal.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Manual para uma boa aula

Sabe aqueles dias em que a aula não rende? Pois é. Para diferentes disciplinas, diferentes estratégias. Por exemplo, professor de inglês: música. No final, todo mundo canta junto "Smack that, all on the floor...", isso na turma de quinta série.

Aula de matemática: joguinho. Aliás, nem precisaria disso, né? Matemática, física e química são disciplinas em que dá pra passar dois exercícios por aula, mandar o aluno se virar, e depois ficar lendo jornal.

História. essa é mole, é só escolher o DVD certo. Lá se vão três aulas, mole, mole.

Redação. Anota o tema aí...

O legal é que há variações. Basta o cara estar sem saco. às vezes o cara quer enrolar por conta do gosto pessoal. Interessante seriam as desculpas para ouvir funk em sala.

Se eu quiser falar de papéis sociais:

"As menina do baile quer um otário pra bancar
Ah, aha, um otário pra bancar!"

Lá se vai mais de uma hora de discussão, sem contar que a aula é dada na sala de vídeo. A gente aproveita pra ver as meninas da gaiola dançarem até o chão.

Se eu quiser metáfora:

"(...) Mas a fiel que me desculpe
De amante eu não sou sócio
Se quiser ficar comigo,
Tem que ser só pra negócio"

Metáfora empresarial. Muito rica. Deriva-se da maior relação: a vida é uma grande empresa. Daí surgem outras como "tempo é dinheiro".

Se eu quiser trabalhar, em fonética, duração da sílaba em português:

"Crééééééu (3X)'

Se eu quiser anacoluto:

"A dança créu tem que ter disposição "

Se eu quiser trabalhar rima e métrica:

"Dança da motinha, dança da motinha
As popozuda perde a linha..."

Se eu quiser trabalhar preenchimento de posição de sujeito e também dupla negação:

"(...)Pois essa dança ela não é mole não"

Se eu quiser trabalhar, em semântica, antônimos:

"Gata, eu não vim para lhe criticar
Pelo contrário, eu vim para relembrar..."

Se quiser trabalhar ácidos, em química:

"Se tu der dor de cabeça
Um conselho vou te dar
Pra curar Apracur
Apracur pra curar"

Em geografia, relevo:

"Morro do Dendê é ruim de invadir..."

Educação física, abdominais:

"Pernão sarado, barriga de tanquinho..."

Pra concluir, aquela enjoada da orientaçã educacional daria sua contribuição aos alunos falando sobre a importância de não beber e perder a linha nas festinhas:

"Eu e minha namorada a gente tava agarradinho
Até que meu amor bebeu um copo de vinho
Ela perde o controle e fica logo animadinha..."

Enfim, tem conteúdo aí pra um semestre. Dá até pra fazer projeto no início do ano.

Crééééééu

O sucesso do natal não é a Simone, não é o Ivan Lins. É o nosso Mc Créu! E a nossa amiga Gileade tratou de me colocar no lugar: voltei a ficar puto e amargo.

Como diz o nosso querido Créu,

"A dança creu tem que ter disposição
A dança creu tem que ter habilidade
Pois essa dança ela não é mole não
Eu venho te lembrar que são cinco velocidades

A dança creu tem que ter disposição
A dança creu tem que ter habilidade
Eu venho te lembra ela não é mole não
Eu venho te falar que são cinco velocidades"

Quem tem disposição? Quem tem habilidade? Parece que todos os meus empregadores.

A cada créééééu do cidadão, eu me lembrava de tudo o que tenho que pagar e de tudo o que deixam de me pagar.



"A primeira é devargazinho é só aprendizado é assim ó:
Creeeeeeeeeuuuuuuuuuuu (3x)"

A primeira é a do IPVA, só pra começar o ano. Junto com as reuniões...

"Numero dois creu, creu, creu, creu, creu, creu
Continuua fácil né, de novo
Creu, creu, creu, creu, creu, creu, creu"


Agora é o seguro dos carros, o aniversário das crianças, a lista de material...


"Numero três
Creu, creu, creu, creu, creu, creu (6x)"


Prestação do carro. Prestação do carro.


"Agora eu quero ver na quatro
creu, creu, creu, creu, creu, creu (...)"

Imposto de renda. Em 8 vezes.

"Tá aumentando, mané

Segura Dj
Eu vou confessar a vocês que eu não consigo a numero cinco
Dj velocidade cinco na dança do creu"

Acumulou tudo, Dj. A velocidade 5 é o suicídio.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Alvíssaras

É Natal, época de amor no coração. Por conta disso, fui a 50% das festas promovidas para professores. Fui solícito, tirei fotos. Quase sorri. Espero que, com esse esforço, 2008 seja pelo menos interessante.

Doutores

Eu, como muitos outros blogueiros, estou escrevendo uma tese. Resolvi que vou acabar isso nas férias.

Sucede que, mais uma vez, sinto que estou ocupando um espaço a que não pertenço. A academia é triste, opaca, amarga.

Peraí, eu também sou! Então, estou errado. Se depender de perfil, serei protótipo de professor de universidade pública. Só não sou nada parecido com qualquer espécie de doutor. Professor Doutor... Grandes m*

domingo, 9 de dezembro de 2007

The secret

Ganhei de uma das melhores pessoas que conheço um exemplar de O Segredo. E agora? O jeito é ler, dizer que gostei, pois ela venceu na vida pelo pensamento positivo. MESMO!

É ruim, mas no caso da Rose, tenho de dar o braço a torcer. Ela dominou o segredo.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Aula de interpretação


Se perguntassem quem eu gostaria de ser hoje no mundo, minha resposta seria rápida: Hugo Chavez, ou o Papa.

Veja que maravilha: tanto um quanto outro possuem poderes ilimitados. O primeiro está próximo, inclusive, de legitimar isso pela Constituição da Venezuela. O segundo... Bem, o segundo já conseguiu a legitimação lá atrás, porque Pedro não sabia diferenciar os pronomes demonstrativos - aliás, não o culpo, pois pouca gente sabe...

Jesus vai e fala pro apóstolo: "Tu és Pedro, e sobre ESTA pedra edificarei minha igreja." Ora, se Pedro é a pessoa com quem se fala, e Jesus fala Esta pedra - e o esta se refere ao que está próximo da pessoa que fala-, haveria alguma possibilidade de Jesus edificar sua Igreja a partir da figura de um homem? Bem, os católicos acham que sim. Então tá bom.

Por isso queria ser o papa. Pode fazer o que quiser, pois ganhou legitimidade divina para tal. Pelo menos é o que ele acredita, né? É mais ou menos como aquela história do Veríssimo em que se afirma que Deus, quando disse "Crescei e multiplicai-vos", estava falando com um casal de baratas atrás de Adão e Eva, e não com os humanos.

Assim, pode-se concluir que não adianta ensinar que interpretação de texto não é algo tão simples, que as pessoas precisam estabelecer diferentes tipos de relação para chegar a uma conclusão válida sobre o texto. Quando necessário, a gente interpreta do jeito que quiser. É assim na Venezuela, onde o Presidente tem uma forma peculiar de enxergar o mundo que o cerca; é assim no Vaticano, cujos chefes a gente já conhece há um tempinho...

Darwin e eu


As pessoas adoram constatar que sou amargo. Estão absolutamente certos. Foi um grande problema pra minha vida ter encontrado o Morpheus e ter aceitado a droga da pílula vermelha. Maior merda, sabe?

Enfim, dali pra cá, só vejo um bando de gente igual em sua incapacidade, presas a casulos, sem liberdade de movimentos, cumprindo seus papéis sociais.

Isso tudo me causa uma amargura atroz.

Admito que todas essas pessoas que me qualificam como mal amado são pessoas bem melhores que eu. Instinto de sobrevivência, adaptação ao status quo, tudo isso é qualidade desse povo.

Confesso que essa eu perdi. Até hoje não consegui me adaptar à mediocridade.

Pra quem não acredita em nada

Quando se quer denunciar um comportamento dissimulado, de maneira irônica, costuma-se pronunciar a famosa frase "O amor é lindo, o que mata é a falsidade."

Que nada! O que mata é o amor. A falsidade é que é linda.

A falsidade faz com que as pessoas se beijem. É a falsidade que faz com que todos te detestem, mas te tratem bem. A falsidade deixa o céu mais azul, o mundo mais cheio de cores.

A falsidade faz a gente elogiar aquela combinação horrorosa que a colega de trabalho usa; aquele corte de cabelo completamente anacrônico.

A falsidade te faz solidário; O amor, não.

O amor é sincero demais. Traz infelicidade. Não sei quanto aos outros, mas eu não quero que sejam sinceros comigo. Eu conheço as minhas deficiências, por isso não preciso de ninguém pra reiterar que tenho x defeitos.

O amor faz a pessoa perder o rumo. Rende menos no trabalho, na faculdade, na escola etc. Ou seja, em um mundo globalizado, não há espaço para o amor.

"É só o amor que conhece o que é verdade." Mas quem quer conhecer a verdade? Quem?

sábado, 24 de novembro de 2007

Somos todos iguais



Quem foi que disse que ser cristão é condição do ser ignorante? Ninguém. Ninguém mesmo. Até porque muitos se consideram cristãos, mas ninguém se considera ignorante. Mas pocos são cristãos e muitos, na verdade, são ignorantes.

Eu sou cristão. Acontece que me aborreço com a minha própria ignorância com relação a questões espirituais. Entretanto, eu me aborreço mais ainda com o fato de as pessoas se recusarem a discutir questões seculares pelo fato de isso parecer pouco espiritual.

Por exemplo, eu tenho em minha mente a idéia de que o aborto é questão de saúde. A Igreja também. Só que em viés distinto. Eu sou "pro-choice" e entendo quem não é. Vejam bem- pretensioso demais achar que há mais de um leitor, né?- , eu não patrocinaria um aborto, mas não condeno aquele que, por questões adequadas, tenha que tomar tal atitude.

Acontece que, por norma espiritual, isso seria proibitivo. Então vejamos: será que sou realmente cristão? Será que a minha fé deve se resumir em aceitar condições pré-estabelecidas de convívio com os irmãos? Para muitos, sim.

Por conta de determinados pontos de vista, os evangélicos e católicos mais fervorosos são taxados de ignorantes e, por vezes, fanáticos. Essa denominação se deve à ignorância de quem não compartilha da mesma fé, entretanto não se pode negar que determinadas discussões não acontecem na igreja por falta de cabeças que as discutam. Dificilmente haverá seriedade e se chegará a uma conclusão adequada, portanto.

Eu entendo que, desde que fundamentado, qualquer ponto de vista é defensável. O máximo que posso fazer é aderir a uma tese ou outra, ou me contrapor a ela. Acredito que, respeitando, serei respeitado.

Ultimamente, porém, muitas discussões têm aflorado e o debate sobre o aborto foi algo que me chamou a atenção. Eu acho impressionante a quantidade de pais de famílias que se manifestaram contrariamente à prática. Por questões espirituais...

Nesse contexto, proponho uma redefinição da palavra hipocrisia, que deveria apresentar significações diversas, dependendo do contexto.

Hipocrisia é substantivo abstrato, depende do adjetivo hipócrita para existir. Como só se enxerga a hipocrisia do outro, teoricamente ela não existe no sujeito. Ou seja, pimenta no dos outros é refresco.

Assim, a partir de hoje, condeno os defensores do aborto; abomino evangélico que fala palavrão; tenho nojo de quem fala mal dos outros e tem atitude pessimista com relação à beleza das coisas (o pôr do sol, o céu estrelado, uma árvore frondosa, uma bundinha arrebitada e arredondada.), declarando-me o menos hipócrita dos seres.

Como hipócrita são os outros mesmo. Quero é que os outros se f*!

Legenda:

F*: FODAM

sábado, 17 de novembro de 2007

Quero ser caminhoneiro


Já me acusaram de gostar mais de um filho que de outro por questões étnicas. Só porque tenho um filho branco e um pardo, não significa que vou gostar mais do branco.

Não tem nada a ver.

Entretanto, contra fatos não há argumentos. Por isso, analisemos o comportamento do menor e deixo a conclusão para quem quiser.

Criança não agüenta cinco minutos com qualquer coisa presa à cabeça. O moleque ficou a tarde inteira com um boné pra trás. Boné pra trás! É o que o moleque, mc?

O que caracterizaria mais aquela criança favelada, largada pela rua? Sujeira? É com ele mesmo! Corisa? "É nóis!", diria ele, caso falasse. E completaria "Ainda mais se misturar com arroz e feijão!"

Tenho quase certeza de que vai querer ser Dj ou Mc. Também tenho certeza de que vai começar a dirigir aos 6 anos. E de que vai sumir nos shoppings, supermercados e reaparecer sob uma pilha de pneus num Carrefour lotado.

Enfim, estou me preparando para uma velhice desconfortável. Porque esse aí não sai de casa antes dos 40.

Auto-estima

Auto-estima em alta não é pra qualquer um. Não é todo mundo que chega a um lugar com filho, filha, marido, sobrinho e todos - eu disse todos- se acham PHODA! Meninos, eu vi!

Há tempos a mãe irrita, mas a filha...

A filha nunca aparece, mas, quando dá o ar da graça, é tudo o que há de insuportável: destrata professores, tira onda com amigos, faz tudo o que há de execrável. A mãe acha lindo tudo o que a filha faz. A mãe acha a filha linda. A mãe acha a filha inteligentíssima.

A menina leu Harry Potter em inglês e chorou muito de emoção. Ela explicava aos colegas da mãe como a história era sensacional, mas ela não podia contar o final. A mãe acha a filha lindíssima.

Só que certas coisas não são geneticamente possíveis. Há um pai. Tosco pai. Pai tosco em todos os sentidos. Daquele que afasta qualquer um com meia palavra. Só a entonação exclui. E também há a mãe.

O que sobra? Sobra a menina. A menina é feita de sobras. Não tem nada que se aproveite. Nem o caráter. É paracaraleomente feia. Tipo Zezemacedomente feia.

Mas tenho que admitir: que auto-estima!

domingo, 11 de novembro de 2007

É som de preto, de favelado...

Como muitos devem saber, sou fã dos Racionais. Acho o máximo as letras do conjunto e concordo com quase tudo que o Brown escreve.
O interessante é como que, ao apresentar alguma letra do conjunto, tem sempre alguém que se manifesta negaqtivamente. As pessoas parecem ter vergonha de gostar de "música de preto". Ainda mais preto inteligente. Uma inteligência paradoxal, pois o cara não sabe regras de português, e saber português denota inteligência, né não?
Não. (Definitivamente não!)
Cansei de patricinha com cara de nojo pra esse tipo de som, mas adora fazer tipo em boate rebolando pro Mc Marcinho. Todo mundo quer ser preto e pobre. Mas só na hora da putaria, pois, na cabeça de muitos, só pobre e preto sabem se divertir.
O certo é o seguinte, quando os caras mandam "não adianta querer, tem que ser tem que pá,o mundo é difirente da ponte pra cá/ não adianta querer ser tem que ter para trocar, o mundo é diferente da ponte pra cá", não dá pra tirar a razão. Classe média é intrusa ali. Só que ali é que está a diversão, então a classe média que vá ouvir Mart´Nália.
Eu sei é que, ultimamente, o que tem de criatividade e um pingo de inteligência nasce nas comunidades de analfabetos. Dos favelados. Dos despossuídos. E é muito contraditório as pessoas não fazerem nada para mudar a situação dessa galera e ainda apoderar-se do mínimo que eles conseguem criar.
Chega. Esse post, esse domingo, tá tudo com gosto de chicória.

O amargo é...

A criatividade anda em crise de abstinência. Não quer mesmo dar as caras. Por conta disso é que as pessoas precisam umas das outras para se abastecerem do nonsense diário. Não me importo em ser fonte, desde que haja inteligência envolvida. Quando não há, parte-se para a agressão.
Enfim, democracia tem seus prós e contras. Falaram tão mal do Stálin, que eu quase comprei a idéia de que tudo o que le fazia era sem razão. Hoje eu vejo que tem gente que não tem direito de se expressar, simplesmente porque não tem coisa decente pra falar.
Bem, em homenagem à amargura que cada dia mais toma conta de uma galera da rede, Drummond:
Caso pluvioso
A chuva me irritava. Até que um diadescobri que maria é que chovia.
A chuva era maria. E cada pingo de maria ensopava o meu domingo.
E meus ossos molhando, me deixava como terra que a chuva lavra e lava.
Eu era todo barro, sem verdura... maria, chuvosíssima criatura!
Ela chovia em mim, em cada gesto, pensamento, desejo, sono, e o resto.
Era chuva fininha e chuva grossa, matinal e noturna, ativa...Nossa!
Não me chovas, maria, mais que o justochuvisco de um momento, apenas susto.
Não me inundes de teu líquido plasma, não sejas tão aquático fantasma!
Eu lhe dizia em vão - pois que maria quanto mais eu rogava, mais chovia.
E chuveirando atroz em meu caminho, o deixava banhado em triste vinho,
que não aquece, pois água de chuva mosto é de cinza, não de boa uva.
Chuvadeira maria, chuvadonha, chuvinhenta, chuvil, pluvimedonha!
Eu lhe gritava: Pára! e ela chovendo, poças dágua gelada ia tecendo (...)

domingo, 4 de novembro de 2007

Minha vida vai mudar


Eu não li O segredo, também não assisti ao filme homônimo. Sei que fez, ou faz, o maior sucesso, mas não vi. Isso porque sou uma pessoa menor que não acredita nesse papo de pensamento positivo. Aliás, todos devem ter reparado que só penso negativo.


O livro e o filme, entretanto, funcionaram muito vem para a autora, que ganhou, e ganha, milhões de dólares com o engodo.


Só que tem gente que acredita piamente naquilo. Tem gente que indica aquilo. Quem poderia indicar sub-literatura para jovens adolescentes? Só mesmo professor de português, né não? Isso mesmo! Ora, só se comprova que professor que é professor é intelectualmente debilitado. Ainda mais se for de português.


Pra uma pessoa ler e recomendar aquele material, é necessário que tenha desistido de todo o resto. "Agora fodeu, só a força do pensamento me resta!" E o pior é que nem se pode recorrer tanto à força d o pensamento, pois encontram-se neurônios, mas sinapse, que é bom, nada...


É triste. Se eu fosse budista, diria que é cármico.


Parafraseando o publicitário que cunhou a frase do Ford Fusion, "Quem é professor fez por merecer!"


sábado, 3 de novembro de 2007

Onde está o amor?


Em reportagem da Globo.com, Os namorados de Beyoncè, Lindsay Lohan e Christina Aguillera são tratados como os homens mais sortudos do planeta, pelo fato de não serem bonitos mas terem conquistado as beldades. Assim, vejamos o que há de certo nesses dados.


Fato. Beyoncè e as outras duas são mulheres bonitas - a primeira mais que as outras, que são, no máximo, 7,5. Acontece que, como dito alhures, ´se analisarmos seriamente, só uns 4% da população mundial podem ser considerados indiscutivelmente bonitos. De perto, uns 2%; ao acordar, 0,3%; em rehab, ninguém.


Então, por que a surpresa?


Pra começar, O Jay-Z pega quem ele quiser. O cara é multimilionário, talentoso, deu porrada no R. Kelly, muito provavelmente comeu a Ryhanna, por isso não precisa da Beyoncè. Ela precisa dele. Quem esse povo acha que produz a mulher?


Os outros dois eu não conheço, mas, com certeza, devem estar fazendo o seu papel.


Isso me faz lembra-me do Luís Miguel e da Mariah Carey. O cara é ídolo! Esculachou. A enjoada entrou em depressão, parou de cantar, decaiu. Melhor, só mesmo o Felipe Barreto.


Deve-se lembrar a esses repórteres que hoje está ruim pra todo mundo. E pior pras mulheres. E pior ainda pra aquelas com mais de 30. Pras com mais de 30 que escolhem demais, o jeito é esperar o armagedom, pois os cavaleiros do apocalipse podem trazer a justiça que elas esperam.

sábado, 27 de outubro de 2007

Liturgia


"- Padre, tem 40 mil reais aí pra me arrumar?


- Tá ruim pra caramba, já te emprestei 20 mês passado, mermão!


- Sabe qual é, né, padre? A situação tá difícil e, além do mais, tem aquela parada do sexo antes do casa mento que eu sei que você apóia! E não se esqueça de que sei também que você é contra o celibato. Quer que eu saia explanando?


- Não faça isso, que você destrói minha vida! Pode cruzar o cheque?"


Aí, na moral, dá pra acreditar que a extorsão sofrida pelo padre Júlio Lancelotti não tinha razão de ser? O cara fazer voto de pobreza é uma coisa. Agora, ninguém sai "doando" dinheiro assim a esmo.


Acontece o seguinte, existe uma tendência muito forte de brasileiro acreditar em conto da carochinha. Tipo: "a CPMF não vai passar dessa vez!", "O Alair vai fazer as pazes com o Marquinhos!", "O papa tem dois filhos bastardos em Berlim!".


Assim, existe a tendência de que se acredite de que o tal padre, que ganha mil reais, tenha se desfeito das economias simplesmente por misericórdia. Agora vejam quem está com o padre: o nosso apaixonado por gravatas de marca Henri Sobel. Só que do Sobel eu não falo, porque tem ter cu pra falar mal de judeu!


Enfim, padre que é padre tem que ter uma história sórdida pra contar. O Lancelotti deve ter várias. O mal foi ter compartilhado com o amiguinho especial que fez na FEBEM.


Por trás de um grande homem


Há uma categoria de gente que me espanta pela inutilidade: a "esposa-de". Esposa-de é um nada, subempregada. Esposa-de é a mais perfeita tradução da expressão chula "gozar com o pau dos outros.


Há varios tipos de esposas-de. Esposas-de-médico, esposas-de-político, esposas-de-advogado, esposas-de-pastor, esposas-de-gerente, esposas-de-rico. Todas sem ter o que fazer na vida, a não ser trabalhar para o marido, ou garantir a matrícula de professor II no Estado (isso porque esposa-de faz Normal).


Esposa-de não tem vida própria, quem tem são os filhos e o marido. Além de vida própria, o marido da esposa-de também tem, normalmente, uma ou duas amantes. Um ou dois amantes...


No interior é assim. A vantagem das esposas-de são as amizades "sinceras" que consegue. Ser amigo de esposa-de dá status. Afinal, esposa-de consegue vaga pra você na consulta de sexta-feira. Consegue leito no hospital. Consegue vaga pra sua tia na Prefeitura.


Debaixo de um homem mais ou menos tem sempre uma esposa-de. Não é à toa que eu tenho pisado em tanta merda.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Para todo o Brasil


Minha mãe agora diz que vai ao prgrama da Márcia. Já pensou que beleza? O professor Gerson na Márcia ouvindo a galera chamá-lo de ingrato, desnaturado. Já pensou? E se o professor tomar um tapa na cara? O que dirá o Brasil?


O Brasil conhecerá as minhas agruras.


Já estou começando a achar que minha mãe está merecendo conhecer os métodos de trabalho do capitão Nascimento. Entretanto, se a Márcia me chamar para o debate, eu vou. O blog não tem sido tão lido assim.


domingo, 21 de outubro de 2007

Destino inexorável 2

Não sei por quanto tempo ainda vou agüentar festas de profissionais da minha área. Tudo muito bmo, muito bem servido, mas não dá. Pelo terceiro ano consecutivo eu me "diverti" ao som da banda Aeroporto. Sabe o que é isso? Quando eu era moleque ouvia falar na banda Aeroporto!
Foi por conta disso que fiquei um bom tempo pensativo na festa. Falta pouco pra eu ser sacaneado por meu filho no blog que ele deve criar...

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Homofóbicos e ufanistas!


Mais uma parada do orgulho gay. Como dizem os orkuteiros, "Ca-rá-leo (ditongo crescente...), já entendi! Tem muitos de vocês, né?"

Hoje em dia tem parada de orgulho gay semanal. A galera já sacou que é o melhor lugar pra pegar a mulherada fashion. Isso porque todo mundo sabe que mulher de vanguarda, que vai te dar sem fazer perguntas, gosta desse tipo de evento.

Só não entendo bem a expressão "orgulho" no contexto. Vejam bem, normalmente se tem orgulho de algo que é uma conquista. Tudo bem que vão falar que só o direito de se expressar em uma avenida Atlântica já seria o suficiente para utilizar a expressão, porém acredito que ser gay é uma condição de alguns e não uma conquista.

Portanto, ter orgulho de quê? Já pensou em uma entrevista no Jô o cara dizendo "Porra, lutei muito e hoje sou um homossexual completo. Posso dizer que sou muito gay, graças a Deus!"

O fato de ser heterossexual não me faz sentir orgulhoso. Já pensou se me orgulhasse de tudo que me é inerente? As pessoas ao meu redor se sentiriam enjoadas.

Por exemplo, a quantas paradas um judeu negro homossexual iria? (Só para constar, na Etiópia tem muito judeu, caso alguém queira contestar.) Se fosse um cara engajado, não pararia em emprego nenhum de tão cansado de passeatas. Claro, um cara com esse perfil só trabalharia em ONG.

Esse papo de orgulho disso, orgulho daquilo é um tremendo porre.

Orgulho de ser brasileiro, por exemplo. Cara, acidentes acontecem. Eu poderia ter nascido na Finlândia, Dinamarca, Nova Zelândia, mas nasci aqui. Pô, o Helmut Kohl, que foi chanceler alemão, dissera uma vez que não sentia orgulho em ser alemão só por ter nascido lá, mas por outros motivos. Por que tenho de me sentir orgulhoso quando a Daiane dos Santos dá um duplo carpado com framboesa e geléia de ameixa?

O país é lindo, tá. É lindo. E daí? Se fosse por minha participação como ser poluente, já deixaria de ter sido há muito. Pra mim, ser brasileiro é acidente, mas é o que eu sou, não é uma conquista.

O fato de ter chamado o país de lindo já seria o suficiente pra mostrar que não tenho preconceito de espécie alguma, pois homem que é homem não acha nada lindo. Só que eu sei que vai ter gente virando a cara pra mim amanhã...

Bem, acho que já é o suficiente pra mais três dias de vida.

Linda, leve e solta


Uma das características mais marcantes das alunas de escolas do estado são as costas molhadas. Sim, as costas molhadas. O fenômeno é resultante da utilização acentuada de cremes de relaxamento, que acabam escorrendo por pescoço e costas, jogando por terra qualquer traço de dignidade que pudesse haver.

É bem interessante o paradoxo gerado pela utilização do produto. Ao mesmo tempo em que as meninas conseguem uma aparência bem clean - a distância, diga-se de passagem-, fica sempre a impressão de alguém lhes deu uma ovada, quando se as observa de perto.

Eu queria saber com que cara um sujeito poderia ficar depois de passar as mãos nos cabelos de uma dessas meninas, simulando um carinho. O cara esquece a mão ensebada e limpa nas costas da garota? Disfarça e finge que vai atender o celular? Ou será que ele aproveita o produto e o utiliza em momento oportuno com outra função - KY é caro.-?

O importante é que as meninas preferem sacrificar um futuro relacionamento pelo bem das madeixas soltas ao vento. O negócio é tão sério que o tratamento é chamado de SOS!

E depois que seca? Não sei como fica depois que seca, pois minha aula já acabou nessas horas.

sábado, 6 de outubro de 2007

Amar é...

Ela encontra um amor do passado. Voltam a se apaixonar. Ela cuida do seu amor. Ele se descobre doente. Ela cuida do seu amor. Ele definha. Ela cuida do seu amor. A quimioterapia o debilita. Ela cuida do seu amor. Ele vomita. Ela cuida do seu amor. Ele chora. Ela cuida do seu amor.
Ele vai embora.
- Você não é mulher pra mim...

domingo, 30 de setembro de 2007

Querelas

Sou contra o relacionamento harmônico entre mãe e esposa, doravante sogra e nora. Sou contra e acho que todos os homens deveriam ser. É só parar pra pensar.

O fato de as duas estarem unidas sempre trará problemas para o homem, que nunca terá descanso. Entretanto, quando brigadas, o homem terá razão quase todas as vezes, bastar pender para um lado ou para o outro.

Quando eu estiver sem saco pra minha mãe, fico com a esposa. Quando esta me irritar, a mãe estará de braços abertos para ajudar no linchamento moral da outra.

É bem assim. É bom assim.

Rumo ao ...


Por que ganhamos felicitações em nosso aniversário? Sempre pensei nisso, uma vez que a única coisa nada fizemos para merecer essas congratulações (estrangeirismo!!), apenas nos mantivemos vivos.


Vejo a época de aniversário como algo a agradecer-"Mais uma ano e ainda estou aqui!"-, o restante das pessoas, entretanto, não teria motivo algum para felicitar o aniversariante, a não ser o fato de achar que, se assim não fizesse, estaria magoando a pessoa.


Meu problema com felicitações é que não consigo agradecer a contento. Ainda mais agora com orkut. Ao vivo, é sempre aquele sorriso amarelo e um "Pô, valeu..."


Mas seria interessante saber qual a melhor forma de se felicitar alguém, já que é algo de que não se pode fugir. Aqueles abraços efusivos. Aqueles beijos obrigatórios no meio do corredor, levando a outros beijos obrigatórios.


Tudo isso pode ser até desconfortável, mas até que eu gosto.

domingo, 23 de setembro de 2007

Mãe é mãe. Pra sempre.


Depois de chorar pelo Romário. Depois de me criticar por qualquer atitude considerada correta no mundo dos normais. Depois de discutir com personagens de novelas. Depois de quase morrer pela noningentésima sexagésima sexta vez.


Depois de criar filho de gente que não presta. Depois de tornar filho de gente que não presta em minimerda. Depois de, após supostas crises de não-sei-o-quê, fugir de casa no meio da madrugada e dizer que estava perdida.


Depois de ouvir desaforo de vagabunda. Depois de dar razão à vagabunda. Depois de me indicar vagabunda pra namorar.


Depois de me obrigar a ir a passeios sui generis. Depois de tentar "matar" o marido algumas vezes. Depois dos escândalos em supermercados por conta de produtos fora da validade.


Depois da enésima cirurgia no joelho. Depois da trecentésima décima quarta sessão de fisioterapia. Depois da bursite. Depois da artrite. Depois da diabetes (essa é nova).


Depois do ciúme das namoradas. Depois do ciúme da ex-noiva. Depois das brigas com a ex-noiva. Depois dos roubos noturnos da aliança do filho.


Depois das discussões com o neto. Depois das perdas de discussões com o neto. Depois da reconciliação com o neto.


Agora ela quer se inscrever no BBB.

Vanessando vou


Voltando ao tema década de 80, era muito na moda gostar da chamada Vanguarda paulistana, que fazia música pra meia dúzia de pessoas. Caras como Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, a chata da Tetê Espíndola, além de bandas como o Premeditando o Breque e a Patife Band - que musicou "Poema em linha reta", quer dizer, meio que musicou.

Gostar dessas coisas fazia parte do comportamento pernóstico dos chamados yuppies da época. Acontece que a música era uma merda. Arrigo Barnabé fazendo dupla com Tetê Espíndola em "Pô, amar é importante" era considerado clássico. Imagine, se a letra já é a maravilha que se apresenta- e olha que quase não tenho preconceitos com relação a gostos musicais-, quanto mais a melodia da canção, além da interpretação do Arrigo - sempre parecendo um bêbado-, que era sofrível, e o histrionismo da Tetê.
O equivalente, hoje, a gostar daquilo seria gostar da enjoadíssima Vanessa da Matta; achar a Negra Li o máximo; entender as letras do Jair Oliveira como algo espetacular; acreditar-ainda-que o Jorge viadercilo é mesmo o "Novo-Djavan".

O ápice do sucesso da VP foi quando o Língua de Trapo chegou às finais de um dos festivais organizados pela Globo com "Os metaleiros também amam", que era engraçada apenas por fazer troça dos metaleiros.

Acontece que esse povo da atualidade se acha sério. A VP era ruim e se entendia com tal. Quem gosta de gente como Vanessa da Matta, que assassinou Por enquanto do Legião deve ser considerado cúmplice.

Sou bastante eclético com relação à música, mas não consigo aceitar esse pop travestido de mpb que se faz hoje por aí. Pode-se até gostar da música, mas não me venha dizer que sou obrigado a isso.



sábado, 22 de setembro de 2007

Amigas


Existe uma comunidade no orkut chamada "Sinceridade entre amigos". Pode-se dizer que se trata da mais paradoxal das comunidades. Isso porque, para haver amizade, não pode haver sinceridade. Principalmente se a amizade é entre mulheres.

Tendo em vista que as mulheres antes de serem amigas são adversárias, só haverá sinceridade caso uma não esteja invadindo o terreno da outra.

Mesmo quando as duas ( ou mais) são bem casadas, bem empregadas etc., haverá sempre aquela velha sensação de que a grama do vizinho é mais verde. Só haverá sinceridade nesse caso, se uma tem tudo e a outra, nada.

Para não haver a famosa furação de olho, a mulher tem que estar melhor que a amiga em TODOS os aspectos. Assim, tem que ganhar mais que a outra - além de estar para receber promoção-, tem que sair com um cara melhor - sim, pois não se pode arriscar o fato de a outra não ter namorado -, tem que morar melhor, e por aí vai.

No fundo, no fundo, as mulheres não querem amigas, querem mucamas. Querem ouvintes que não interajam, apenas ouçam.

Dessa forma, pra que sinceridade? Não pensem que realmente existe isso! Na primeira oportunidade vai haver aquela discussão sobre cabelo, o namorado galinha e a topeirice da melhor amiga -cujo marido sempre solta piadinhas, sempre dá uma cantada.

Por conta disso, as mulheres descoladas de hoje desistiram de amigas mulheres e adotaram as amigas-bibas. Pelo menos sabem que a falsidade dos viados é sincera!

domingo, 16 de setembro de 2007

Beijo no asfalto



Beijo na boca em público é algo perigoso. Nem todos têm esse direito. Os cidadãos comuns devem ser poupados de explícitas manifestações de afeto.


Há vários tipos de beijo público, entretanto. Os possíveis, aceitáveis socialmente, são aqueles que ocorrem em festas, raves, restaurantes. Ou seja, só é legal beijar seu pessoal onde todo mundo faz o mesmo, pra dizer o mínimo.


Ponto de ônibus definitivamente não é local apropriado para a prática. E o engraçado é que normalmente tem um casal engatado nesses lugares, principalmente adolescentes. Aliás, se aé adolescente, a gente até aceita.


O que não se faz é beijar em locais como a avenida do Contorno, caminho de Niterói para São Gonçalo. O que levaria um casal a beijar em local ermo às 9 da manhã, com trânsito engarrafado. Quer dizer, ermo para pedestres.


Também é inaceitável beijo de casal com mais de 35 anos. Tem que avisar pra esse povo que se deve fazer o maior esforço pro público não ver sua língua. Nessa idade, os casais parecem perder a noção de que nem todo beijo público é prólogo de filme pornô.
Enfim, o contexto aí da foto é improvável, ainda mais em tempos de escovas de chocolate. No entanto, se a moça vai dar essa caidinha , não custa nada tentar.


sábado, 15 de setembro de 2007

Chapéu de burro


Tão certo quanto 2+2= 4 é o fato de que professor deve ter o maior cuidado com o que fala em sala de aula.


Muitos profissionais bem intencionados têm sofrido por querer trazer discussões mais aprofundadas, intelectualizadas, para alunos que só se identificam com o senso comum. Por conta disso, disciplinas que discutam questões sociológicas ou filosóficas simplesmente perdem a razão de ser, pois muitos alunos não tê a menor capacidade de abstração.


Um grande amigo teve problema sério que se arrasta até hoje na justiça por conta de aluna cotista que se sentiu ofendida por comentário. A mulher estaria incomodando, atrapalhando a aula. Só que ela era cotista.


Hoje muitos entendem que ser sujeito dentro de uma minoria pode ser vantajoso. Quando alguém se entende como negro, favelado, evangélico, homossexual etc., destaca-se socialmente, por mais contraditório que pareça. Esse posicionamento cria uma couraça e traz legitimidade para essas pessoas constrangerem aqueles que, supostamente, as constrangem.


Nos últimos dias, soube de casos de professores que, ao discutirem de maneira objetiva questões ligadas a religião e raça foram taxados de preconceituosos. Ou seja, o certo mesmo é privilegiar a mediocridade. Certo mesmo é subsidiar o espírito de porco.


Só dá pra concluir que o preconceito é necessário, embora tanto se lute contra isso. Não fosse o preconceito, as minorias perderiam esse instinto de sobrevivência!


Nessa história toda, a verdade é que o único preconceito que deveria subsistir é aquele contra a burrice de muitos que rodeiam a gente. A ignorância do branco, do pardo, do negro, do homossexual, do heterossexual etc. deveria ser contida antes de se transformar em estupidez.


Eu não sei lidar com estupidez.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Palavras amenas

Não sou de falar palavrão, pois não acho que o uso desse tipo de estratégia acrescente nos contextos em que atuo. Imaginem, professor falando palavrão com aluno! É muito engraçado, pois se sai da boca de um educador um "Po-ta-quél-pa-réu !", aquele aluno que não tira o caralho da boca se ofende, vai à direção, chama a mãe e por aí vai.
Entendo que existem dois tipos de palavrão: o interjectivo - que surge quando se dá uma topada, quando se pisa em cocô de cachorro na rua, quando o Souza perde um gol feito etc. - e o lexical. Está aí o problema. Quando o palavrão já faz perte do repertório lingüístico da pessoa como parte do seu vocabulário, não tem jeito, vira bagunça.
Há pessoas que simplesmente não conseguem deixar de utilizar um ou outro tipo, mas quando em uma frase o núcleo do sujeito, ou do objeto, é o substantivo puta ou viado, a pessoa precisa repensar seus conceitos de educação.
Um terceiro tipo de palavrão vem se disseminando de maneira alarmante: o palavrão gramatical. Sabe aqueles usos de "porra"? (Veja bem, falei em usos da expressão "porra" e não da porra propriamente dita!) Então, tem gente que usa como marcador discursivo, muitas vezes para enfatizar determinado raciocínio. Em vez de "aí", usam "porra".
O grande problema dos palavrões está no fato de que, de maneira geral, eles estão ligados à sexualidade (viado, puta, caralho, porra, foda, fodeu, vai tomar no cu etc.), e sexualidade ainda é tabu. Se não fosse tão complicado falar de sexo abertamente (sem trocadilhos) hoje em dia, determinadas palavras seriam vistas e utilizadas com mais naturalidade. Por que uma palavra como ladrão, apesar de ofensiva, não é um xingamento? Corrupto? Porque sexo é democrático, e, pra atingir o maior número de pessoas, é necessário trabalhar com um discurso mais amplo. Quem trabalha com análise do discurso e teoria da argumentação deve manjar aquele papo de auditório universal.
Ora, o sexo é democrático. Qualquer um pode fazer , e todos conhecem a linguagem utilizada. Naqueles momentos, a mulher quer ser a piranha, o cara aceita ser o filho da puta e por aí vai.
Enfim, o que acontece é o seguinte: falar palavrão é liberado, desde que em um ambiente próprio, com uma parceira cooperativa. Ou uma sala de aula cheia de aluno filho da puta!

Ações afirmativas

As chamadas ações afirmativas são o que de pior existem na sociedade atual. Sinto falta de quando se chamava aquele cara babaca de viadinho, de quando o professor sugeria na sala que uma aluna era gostosa, de quando se chamava aluno burro de burro, animal ou coisas afins.
Por exemplo, eu tenho um aluno mudo. Entretanto, posso dizer que, dentre os mais de quinhentos que tenho hoje, ele é o que mais me incomoda. O cara atrapalha só pelo fato de entrar na sala. É um dos mudos mais falantes do Brasil. O cara chega e fica desenrolando com as menininhas. Já imaginou mudo desenrolando? Só sai vogal! E, como ele não se ouve, não sabe o mal que faz à aula.
Cansei de poupar essa gente. Um dos caras mais incompetentes que conheço é deficiente físico. Só que ninguém fala nada por conta da inclusão.
Por conta de inclusão social é que me sinto cada dia mais excluído. Afinal, a inclusão do incompetente gera depressão em quem lida com esse povo. É o meu caso. Não posso falar nada, então recolho-me a minha insignificância. Excluo-me da sociedade.
Por conta de inclusão, tive que aturar uma cidadã que não conseguia tomar uma decisão sequer por si mesma. Era o protótipo da cara de paisagem. Mas não se podia falar nada, pois era carente e negra. Não se fala de negros.
A não ser que se façam elogios. Uma das mulheres mais bonitas que já vi era negra. Passou por mim em Niterói esses dias. Se fosse uma das mais feias, eu não poderia dizer. Tudo por conta de ações afirmativas.
Talvez no quarto milênio isso tudo mude. Essa tal da "Era de Aquárius" está mesmo uma indecência de tão ruim.

domingo, 2 de setembro de 2007

Osso duro


Sempre quis ser policial e entendo o porquê de nunca ter conseguido: Deus não dá asa a cobra, só isso.
Eu vi Tropa de Elite. Quer dizer, oficialmente não, mas... Todas as vezes em que os traficantes eram humilhados, eu sentia um prazer imensurável. Eu mesmo queria empunhar os fuzis do BOPE. Eu mesmo queria detonar as patricinhas e mauricinhos.
Eu queria ter a legitimidade da Polícia pra falar o que quisesse com quem me olhasse torto, só pelo fato de ser da polícia. Realmente, Deus não pode dar asa a cobra. Acho que duraria, no máximo, duas semanas vivo. Isso se já estivesse morando em Rio Bonito, que é lugar morto. No Rio, eu duraria três horas como policial.
O bom desses filmes "a-vida-como-ela-é" são os diálogos, desde Cidade de Deus, queé pródigo em fals de efeito, até o TE. Isso só comprova que pobre que é criativo. Na hora de esculhambar, recorre-se à favela. Tudo que há de bom no universo terminologia de baixo calão pode ser encontrado lá.

Meu sonho é encontrar um educador que formule a tese do professor com jeito BOPE de ser. Que ele conclua que só padrão bopeano formaria sujeitos-homens e - por que não? - "sujeitas-mulheres". Pro aluno saber como funciona a sociedade, deveria experimentar um pouco do lado amargo. E olha que amargura é o que o "educador" tem de melhor a oferecer. Bem, pelo menos as educadoras.

Oficialmente eu ainda não assisti a Tropa de Elite. Entretanto, quando o filme estrear, tenho certeza de que vou gostar... Sei até que, quando crescer, quero entrar pro BOPE.

A marra eu já tenho.

sábado, 1 de setembro de 2007

Média

A grande frustração de muitos professores de Ensino Superior está no fato de não poder dar aula em Universidade Pública. A minha ainda era maior, porque bati na trave em concurso público que só chamou o primeiro colocado.
Entretanto, os anos passam e a gente vai perdendo a vontade. Afinal, o que é a Academia?
Hoje não se dá o menor valor a quem se dedica à produção de conhecimento. As pessoas entendem essa cruzada como perda de tempo. E realmente é. Pelo menos na minha área.
Aquele pessoal se encastela em suas salas, discute os projetos de pesquisa em andamento, trabalham hipóteses inviáveis e se acha extremamente desgastado.
No final do ano, todos vão batalhar os seus mil reais nas correções de vestibulares. Ninguém perde, nem os medalhões. Por conta disso fico pensando em quão bom financeiramente deve ser dar aula em Universidade Pública.
Sei que há várias pessoas competentes ali mas hoje isso não importa. Hoje o que importa é ser médio, mediano, medíocre. O medíocre não ameaça, por isso tem cargo de confiança. O medíocre não tem aspirações maiores. Quando tem vira presidente.
A Universidade Pública está cheia de medíocres também. Só que medíocres com pompa, que passam a imagem de intelectuais.
O pior é a Universidade Particular que tem medíocres que nem essa aspiração têm. É o meu caso.

domingo, 26 de agosto de 2007

Mulherezinhas



Já vai pra mais de dez anos que tv por assinatura deixou de ser novidade no Brasil. Hoje qualquer comunidade tem pelo menos uma gatonet pra dar um pouco mais de satisfação televisiva aos telespectadores.




Com a tv por assinatura vieram os canais ditos temáticos. Assim, temos canais para homens (os de esportes e os de filmes "adultos" são exemplo disso), além de canais para mulheres (Fox Life, GNT, E! etc.). Acontece que esse povo começou a se levar muito a sério nessa história de ser temático.




Por exemplo, observe-se o "Saia Justa", do GNT. O que é aquilo? Sinceramente, eu até achava a Soninha um pouco inteligente, respeitava um pouco a Mônica Waldvogel, só que agora não dá mais. Maitê Proença, Márcia Tilbury (filósofa!) e Betty Lago completam o quinteto mais sem-noção do canal. Conseguem ser mais idiotas que a Astrid Fontenelle.




A marra das mulheres é fenomenal. Quando a Maitê Proença começa a dar os toques sobre religião, dixendo que Deus está em tudo, é de doer. Quando a Márcia Tilbury diz que não aceita uma crítica a Goya, pois é coisa de ignorante, dá vontade de desligar.




Mas por que não desligo? Sou o tipo de pessoa que busca motivos para desgostar mais das outras. Existe a necessidade de ter argumentos contra alguém para poder falar mal desse alguém. Por isso me mantenho assistindo. Podia ser pior: a Luana Piovani e a Ana Carolina (Argh!!!) poderiam estar ali ainda. Quer dizer, podia ser bem melhor.




Canais temáticos servem pra isso: encher programação da tv de lixo, como se já não bastassem a CNT e a Band. Além disso, pode-se dizer que sevem para desmistificar determinadas celebridades como a Marília gabriela e a Fernanda Young. É tudo fake. De inteligente nelas não se salvam nem os comentários politicamente incorretos da segunda.




Inteligência é artigo em falta não só na tv, mas de uma maneira em geral. Aliás, se fôssemos classificar o fato de haver pessoas inteligentes em nossa sociedade como normal ou patológico, certamente optaríamos pelo patológico. Só falta mais um manifesto sociológico.

domingo, 19 de agosto de 2007

No comments

I
- Professor, posso falar com o senhor?
- Sim, claro.
- Olha só, eu sempre fui assim meio sensitiva, sabe? Então, eu já sonhei com uma amiga que estava surtando, e ela surtou; já sonhei que um cunhado morria, e ele morreu.
- Tá, e daí?
- Eu sonhei que o senhor era seqüestrado. Sua família ficava desesperada. Parecia que tinham encontrado seu corpo, mas aí eu acordei...


II

- Rapaz, eu não consigo acreditar na colher de chá que aquela cidadã recebe aqui. Não é possível!
- Olha, você sabe que o Delacir é lixeiro, limpa-trilho mesmo; portanto, não descarte nenhuma hipótese, nem a de que ele pode tê-la conhecido biblicamente...
- Rapaz, eu nem falo nada. Esse negócio de lixeiro me causa traumas.
- Por quê?
- Quando eu era pequeno, meu pai, após a morte de minha mãe, morava no centro da cidade enquanto eu morava com uma tia. Certo dia, eu chego ao local para visitá-lo, e vejo sair uma senhora com umas sacolas de supermercado. Àquela hora, de manhã cedo, me pareceu estranho. Pô, fui logo perguntando:
- Pai, quem era aquela senhora estranha que saiu aqui do seu quarto?
- Cala a boca, rapaz! Você não viu nada, cala a boca!
- Gerson, meu pai comeu um MENDIGA! Isso é ser lixeiro!

III

Simpósio de Profissionais da Educação, Itaboraí, Rio de Janeiro.

Palestrante:

- Vocês pensam que só o homem raciocina?

Professora, interrompendo:

- Não, animal também raciocina...

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Design, estilo e coisas afins...


Mulheres com sobrancelhas pintadas me causam arrepios. Aquelas senhoras parecem ter aberto mão de tudo que preceitua o Código Civil no que tange à dignidade da pessoa humana. Só pode ser isso. Exposição ao ridículo tem limites.


Desse tipo de mulher eu aceito, no máximo, o permanente. Sim, ainda há quem faça permanente. Agora, design de sobrancelha não dá. Portanto, aquela tatuagem da Elza Soares - no braço, graças a Deus - só pode ser provisória. O melhor pra pessoas dessa idade é fazer uma tatuagem de sharpei, as rugas são só um plus.


Há partes do corpo que merecem um trato especial da mulher no que diz respeito a design. Por exemplo: cóccix (essa palavra é foda), ali é lugar de tatuagem de serpente, códigos de barra ou o nome do proprietário atual. Púbis: coração. E por aí vai. Entretanto, isso é proibitivo para senhoras acima de uma certa idade que podem, no máximo, fazer uma tatuagem de estrela no tornozelo. Só pra dar um aspecto cocota.


Mas ninguém, ninguém mesmo, jamais, em tempo algum, deveria ser autorizado a desenhar sobrancelhas. Se chegou a esse ponto, de aceitar que sua identidade esteja vinculada à idéia de loucura, é melhor deixar que os vermes da terra - que já estariam atuando-, acabem de fazer o serviço, e a mulher descanse em paz.
PS: Aquela tatuagem da Xuxa - o golfinho mergulhando no cofrinho - sugeriria o quê? A resposta talvez só a Ivete Sangalo tenha...

Por que não eu? Oh, oh, por que não eu?


Existem situações em que determinados comentários vem à ponta da língua, mas, por uma questão de educação, deixamos de lado. Bem, dependendo da pessoa, a gente faz o comentário assim mesmo.


Foi mais ou menos o que aconteceu esta semana. Uma colega falava sobre a compulsão sexual de um colega em comum - até em beira de estrada o cara já foi flagrado -, questionando, em seguida os métodos utilizados pela figura.


O professor chegava junto da presa, falava uma ou duas gracinhas e o caminho para a fagocitose estava traçado. O detalhe é que ele já estava se acostumando com as menininhas da sétima série também, por isso a coordenação estava tão preocupada.


Ciosa dos valores familiares, nossa amiga simplesmente mandou a clássica:


- Gente, se não der confiança, ele fica na dele. Só cai no papo quem quer. Por que vocês acham que ele nunca me deu uma cantada?


Eu até que fiquei tentando responder a pergunta mentalmente. Por que seria? Vieram-me alguns questionamentos comuns em vez das respostas: Seria ela ruim de jogo? Seria ela moralista? Seria ela "entendida'? Seria ela notória difusora de doenças venéreas?


A resposta estava a minha frente. Era tudo muito simples e eu não enxergava. O que nos cega nesses momentos? O que nos torna tão incompetentes na interpretação de um texto tão claro?


A resposta era muito óbvia: a mulher é pavorosa, feia para c*. Só isso. Some-se a isso o fato de ser professora, dura, com mais de 40 e cafona. Aí só o amor de uma alma pura e sem pecados.

domingo, 12 de agosto de 2007

Bons tempos? II




Sair com os pais só é bom programa até você completar dois anos de idade. Depois disso, é sempre algo de que os filhos desejam fugir.


Pra mim sempre foi o fim ir à casa das amigas da mminha mãe. Parecia que aquele pessoal só sabia cozinhar uma coisa: cozido. Até hoje detesto cozido. Aqueles legumes inteiros misturados com aquela vastidão de carne era de uma estupidez gastronômica teratológica.

Mas, como estávamos nos anos 80, aceitávamos tal condição. Nessa época, tudo era deprimente: condição social, vestuário, programação televisiva etc. Acho que a única coisa que se salvou foi o chamado BRock.

Pra fugir da depressão pós-cozido, sempre tinha um Legião pra ouvir. O Legião Urbana - cujo nome é criticado até hoje por evangélicos mais linha-dura, por conta da referência demoníaca - agitava tudo. Todo mundo dançava como louco ao som de Será?, Geração coca-cola e, a minha preferida, Teorema.

Nessa época, o BRock também trouxe o Paralamas, o Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, Lobão e os Ronaldos, Plebe Rude, Finis Africae, Hojerizah, Picassos Falsos, além, é claro, da superbanda que era o Barão, que ainda tinha o Cazuza.

Os anos 80 foram ruins em quase tudo, mas trouxeram o Renato Russo e o Cazuza. Acho que os caras trariam emoção até se escrevessem sobre sabão em pó. ( Muito provavelmente falariam que, em um momento de depressão, misturariam o pó do sabão à cocaína, só pra imaginar coisas coloridas e cheirosas.)
Eu me sentia um membro da "Geração Coca-Cola". Afinal, éramos "filhos da revolução", o "futuro da nação". E eu estava certo em acreditar no Renato Russo. Por isso que o país está essa merda hoje.

Com o Cazuza, a gente aprendeu que ficar deprimido era legal. A letra de "Down em mim" era realmente pra se matar:
"Eu não sei o que o meu corpo abriga
Nessas noites quentes de verão
E não me importa que mil raios partam
Qualquer sentido vago de razão
Eu ando tão down (...)
Outra vez vou me esquecer
Pois nestas horas pega mal sofrer..."

Os dois realmente eram foda. Tinham mesmo que morrer, pois o Brasil não agüentaria assistir aos dois caírem na mediocridade, o que certamente aconteceria.

Só os dois mesmo pra fazer descer a batata doce do cozido, sem vomitar depois.

Bons tempos?


Os anos 80 viraram moda novamente. Na verdade, ano passado foi uma coisa com essa época. Era um tal de almanaque disso, Balão Mágico, Simony, Supla etc. Todos com tanta saudade que dava a impressão de que a época era realmente boa.


Eu confesso que os anos 80 eram terríveis pra mim. Primeiro porque era adolescente, e adolescente sofre em qualquer época. Segundo porque estava sempre sem dinheiro. Hoje ainda não tenho dinheiro, mas o "sempre" não entra mais na frase.


Além disso, quem poderia ser realmente feliz sem programação de qualidade na tv, e torcer pro Naim no Qual é a Música? quebrar o recorde de vitórias do Ronnie Von? A gente via Super Vicky, Super Gatas e Primo Cruzado - tudo dublado - e adorava. Era a época dos enlatados. Hoje aquilo tudo me parece sórdido.


Resolvi retomar um tema até certo ponto batido, pois essa semana houve uma "chopada" em uma determinada boate da Região dos Lagos, que é freqüentada por alunos. Pagavam-se 15 reais pela entrada e o chope era à vontade. O problema era chegar a ele.


Isso me fez lembrar os famosos festivais. Festival de sorvete, festival de refrigerante e festival de chope. Onde ocorriam? Nos clubes mais distantes da minha casa. De um lugar eu me lembro bem: o clube dos suboficiais da aeronáutica, que, na verdade, era uma quadra com banheiro.


A relíquia desses festivais dos anos 80 eram as canecas! Quem nunca foi à casa de algum amigo que tem uma coleção de canecas dos festivais. A caneca era o ingresso. A caneca era o troféu. Pesava como um troféu. Normalmente quebrava depois do primeiro gole de refrigerante, porque a criançada na agüentava o peso. E isso depois de ficar meia hora na fila.
Minha querida amiga AustraliAna há de acreditar que esse, sim, era O programa de índio.


Hoje não tem mais festival. Não tem mais caneca, pois, se produzissem mais, os ladrões mais criativos usá-las-iam como arma branca. E hoje com a molecada tão nervosa, não haveria uma chopada na Absolute Lounge que terminasse sem alguém ferido por uma caneca-monstro.


sábado, 11 de agosto de 2007

Personagem ímpar


- O que você aprendeu na aula de teclado hoje, Gabriel?


- Cai, Cai, balão.


- Então toca pra mamãe ver.


- Não quero.


- Ah, toca! Mamãe gostava de ouvir quando era pequena.


A mãe cantarolando:


- "Cai, cai, balão ... Aqui na minha mão... Não vou lá... Tenho medo de apanhar!" Viu que legal? Toca pra mamãe ver!


- Mãe, não dá pra pegar balão com a mão. E balão não tem pai nem mãe pra poder apanhar!


Pano rápido.

Destino traçado


A criança corria enquanto a mãe gritava:


- Ashley, volta aqui, Ashley!


Não, não era cena de filme. Não era legenda de clipe da Ashley Simpson. Era a ex-babá do meu filho que gritava o nome da filha pelo supermercado a dentro.


Interessante como a criatividade para nomes é mais comum entre pessoas mais humildes. Aliás, pobre é mais criativo em tudo. Dá jeito em tudo. Nome de filho é só uma dessas coisas.


Foi-se o tempo em que a Sue Ellen, do seriado Dallas, foi inspiradoradora das várias Suélens que existem hoje em dia. E o Michael Jackson? Hoje a quantidade de Maicons e Maiquels é maior que a de Gérsons - graças a Deus! Nem pros meus filhos quis deixar essa herança.


Mas isso é muito interessante. Vejam bem, o que falta em dinheiro, o pobre tenta compensar em letras: Gabriell, Teillor etc. Agora a onda são os Rayans (Ryans) Braians e afins. Ninguém quer mais saber de João, Francisco e Joaquim. Só rico. Pobre quer Jhon, John, Dion, Dionny, Djone. Pobre quer Dillon. Pobre quer Stayman, Heskarlathy, Shenandoa.


Tudo isso só pra ter o prazer de gritar o nome do filho em lugar público. Vai que vira artista...

sábado, 4 de agosto de 2007

Axiomas


Certas indagações são necessárias para o bom andamento do convívio social. Dessa forma, proponho a observação de alguns comportamentos, para que haja uma análise apropriada e uma conclusão aceitável. Lembro que alguns desses questionamentos já apareceram antures no blog da amiga AustraliAna.


São as questões:


1. homem acocorado em meio-fio de rua movimentada, sem camisa e de bermuda da Pier, é desocupado, desamparado e realmente impróprio para o casamento?


2. homem que carrega gaiola de passarinho pra lá e pra cá merece respeito?


3. mulher que faz escova no cabelo e aproveita para pintá-lo com mechas simétricas nas cores amarelo-ouro e caramelo merece alguma consideração de um ser humano do sexo masculino? (Acrescente a isso o fato de ser professora.)


4. homem nos seus 50 anos que solta pipa na Linha Amarela, às 4 da tarde, em uma sexta-feira, seria fonte de segurança pra alguém?


5. Mulher na faixa dos 60, com 500 ml de silicone nos peitos, cara de Dercy Gonçalves, serve pra alguma coisa além de pendurar terno?


6. Mulher que cria gatos já se resignou com a condição de solteira?


7. As alunas de Letras daUff - com raras exceções, ressalte-se - seriam produto de consumo dos alunos do bloco N?


8. Se chamar alguém de homossexual é injúria, então ser viado é crime?


Enfim, tais dúvidas assolam a curiosidade de todos. Cabe perguntar se as respostas se tornariam verdades universais. Seriam boas hipóteses para estudantes de Ciências Sociais.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Silogismos

Um rico diálogo se desenvolvia entre Fernanda e Gabriel.

- Mãe, eu sou rico?

- Você tá maluco, Gabriel? Claro que não! De onde você tirou isso?

- X falou que eu era rico.

- Mas o X tá errado. Ninguém aqui é rico! Pelo contrário, papai e mamãe trabalham muito. Rico que é rico não precisa trabalhar.

Um momento para reflexão do garoto.

- Então eu sou rico, mãe. Eu não trabalho!

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Qual é a sua?


Um arguto observador do comportamento masculino fez, certa feita, considerações que quis transformar em contribuições a mulheres solteiras em busca da companhia de um varão (sem ou com trocadilhos).


Em suas elucubrações, o digníssimo senhor teceu vários comentários elucidativos para justificar a falta da presença masculina na vida de ditosas donzelas. Em primeiro lugar, um tópico antes restrito a comentários femininos: a calcinha a utilizar.


Segundo o mestre Cipriano (alcunha atribuída ao autor), é proibitivo - e não apenas proibido - o uso dos seguintes tipos de roupa de baixo por senhoritas que um dia pretendam perder a invencibilidade ou, simplesmente, voltar à ativa depois de longo período de recesso:


1. Calcinha da vovó - Foi-se o tempo em que havia a preocupação de algumas meninas em usar calçolas grande para manter a bunda em pé. Tudo isso é placebo. hodiernamente, deve-se usar, para o mesmo objetivo, as famosas "3-2-1" de medida:três dedos na frente; dois do lado; um atrás. Isso tudo com a sustentação de calças da gang.


2. Calcinha poída - Nenhuma donzela (ou quase-donzela) gostaria de surpreender o trabalho manual de um pretendente com material gasto pela erosão. Nem por dentro, nem por fora.


3. Calcinha-com-elático-frouxo - De acordo com o mestre Cipriano, as calçolas bambas não agradam a maioria dos mancebos pretendentes. Portanto, que se guarde o material de segunda para as noites solitárias e nunca para apresentações em público.


4. Calcinha-comestível - Nesse caso, só como material extra, pois a moçoila não gostaria de voltar pra casa desprotegida contra as intempéries da natureza.


De acordo com nosso consultor, o modelito necessário deve sempre seguir as orientações da 'São Paulo Fashion Week", devendo ser observadas as condições de "cavamento".


Que não se iludam as moças, os homens sempre calculam suas possibilidades após a minuciosa observação do material traseiro feminino. Se a moça vira e percebe que há alguém olhando, pode ter certeza de que há mesmo! É a famosa pressão do olhar.


Dessa forma, para que se cause uma boa impressão, Cipriano recomenda uma liberdade maior para as bundas e menos espaço para os tecidos.

domingo, 29 de julho de 2007

Ode à cópia



Não sou do tipo que se torna fã de qualquer coisa. A única exceção foi o "Seinfeld". Depois de assistir a alguns episódios , queria ler tudo que dissesse respeito da série. Até Vanity Fair eu cheguei a comprar.


Pra quem não conhece, o programa é conhecido como a "comédia sobre o nada", uma vez que trata de assuntos cotidianos que, em tese, não renderiam nada de engraçado. Afinal, quem quer saber sobre o seu dia?


Acontece que o dia-a-dia das pessoas é engraçado, basta que se façam observações interessantes sobre aquilo que se passou. É o que acontece na série.


Depois de assistir a todos os episódios mais de uma vez, percebi como a programação das nossas tvs abertas é reciclada. Partes de alguns programas, tratados como inteligentes , são, na verdade, cópias deslavadas de séries como "Seinfeld" e "The office".


Isso me leva a pensar na criatividade do ser humano. Será que tudo nessa vida é intertexto? Tudo o que há já foi dito? Nada é original?


Faz tempo que não vejo originalidade. Não sinto o cheiro de originalidade em absolutamente nada, por conta disso é que não recrimino quem contrata "ghost writer" pra escrever tese. E quem sou pra criticar a Fernanda Young e seu marido por sempre "parafrasearem" trechos dos roteiros de "Seinfeld"?


Normalmente, quem tenta ser original é um chato. É só dar uma olhada por aí, seja na tv, na rádio, na academia - principalmente na academia.


Quem tem tempo de ser original?


A preocupação de hoje é: como parafrasear de tal forma, que não se identifique a forma-base? Quem consegue isso está bem na fita.


Eu desiti de tentar ser referência. Não me serve de absolutamente nada. Um dia iriam me roubar os créditos mesmo! Por enquanto, vou procurando idéias que possam ser copiadas, repetidas a exaustão. Pelo menos faço as referências em bibliografia.
Dessa forma, devo fazer a devida referência aos roteiristas de "Seinfeld", que, de alguma forma, estão sempre presentes em meus textos, mesmo que indiretamente. Afinal, tudo é intertexto.