sábado, 15 de setembro de 2007

Chapéu de burro


Tão certo quanto 2+2= 4 é o fato de que professor deve ter o maior cuidado com o que fala em sala de aula.


Muitos profissionais bem intencionados têm sofrido por querer trazer discussões mais aprofundadas, intelectualizadas, para alunos que só se identificam com o senso comum. Por conta disso, disciplinas que discutam questões sociológicas ou filosóficas simplesmente perdem a razão de ser, pois muitos alunos não tê a menor capacidade de abstração.


Um grande amigo teve problema sério que se arrasta até hoje na justiça por conta de aluna cotista que se sentiu ofendida por comentário. A mulher estaria incomodando, atrapalhando a aula. Só que ela era cotista.


Hoje muitos entendem que ser sujeito dentro de uma minoria pode ser vantajoso. Quando alguém se entende como negro, favelado, evangélico, homossexual etc., destaca-se socialmente, por mais contraditório que pareça. Esse posicionamento cria uma couraça e traz legitimidade para essas pessoas constrangerem aqueles que, supostamente, as constrangem.


Nos últimos dias, soube de casos de professores que, ao discutirem de maneira objetiva questões ligadas a religião e raça foram taxados de preconceituosos. Ou seja, o certo mesmo é privilegiar a mediocridade. Certo mesmo é subsidiar o espírito de porco.


Só dá pra concluir que o preconceito é necessário, embora tanto se lute contra isso. Não fosse o preconceito, as minorias perderiam esse instinto de sobrevivência!


Nessa história toda, a verdade é que o único preconceito que deveria subsistir é aquele contra a burrice de muitos que rodeiam a gente. A ignorância do branco, do pardo, do negro, do homossexual, do heterossexual etc. deveria ser contida antes de se transformar em estupidez.


Eu não sei lidar com estupidez.

5 comentários:

Andrea disse...

Eu sou fã da estupidez alheia. Ela faz um bem danado á minha auto-estima.

Gileade disse...

É um ponto de vista interessante esse da Andrea. Mas haja paciência para agüentar estupidez...

Ana disse...

eu não tenho paciência com burrice, a não ser que a burrice seja minha.

Master disse...

Eu até tenho por dever de ofício. Mas tem horas que a paciência chega a seu limite.

Um Negrão n'África disse...

Acho que pior que a burrice é a falta de ALTERIDADE (se colocar no lugar dos outros)..., de repente depois de séculos acostumada a falar o que queria e agir como se "os outros" fossem "personagens distantes", a elite intelectual descobre que "as minorias" também estão ali... bem próximas, tão próximas a ponto de ouvir o que antes se falava sem qualquer contestação...; novos tempos, nova mentalidade... (ou pelo menos algum cuidado com o que se fala...) :-) :-)