Num colóquio sobre filosofia da educação com um colega de trabalho, surgiu uma discussão sobre o discurso funkeiro, do qual sou um entusiasta. Os caras são extremamente criativos, não tem aquela de "na primeira isso, na segunda aquilo etc." Pensem na profundidade das metáforas:
"A fiel diz: "ele é meu."
A amante diz: "ele é nosso."
Eu digo: "Não sou de ninguém!
Tô na pista pra negócio."
Na verdade, o que há é uma construção de sentido por meio de uma relação metonímica advinda de uma relação de causalidade proveniente da idéia de pista e no que existe em qualquer negócio. Certamente, foi nisso que pensou o autor funcionalista.
Aqui os intelectuais execram esse tipo de música, que tem suas variantes menos polidas, tais quais:
"Vem que vem que vem "quicano"
No colo dos havaiano"
Ou mesmo:
"Dako é bom
Dako é bom
Calma, minha gente
É só marca de fogão!"
Tudo sucesso entre a plebe. Não serve pra comunidade letrada. É tudo tão fast food como é a tal da Ana-olha-só-como-é-legal-ser-bissexual-Carolina. Mas, enquanto esta é Mac Donalds, aquela é o cachorro quente da praça. O bom é que na praça você pode se lambuzar com a maionese e deixar a bata frita e a ervilha caírem no chão (ou cair: deixar é causativo blá blá blá). Por conta disso é que se curte muito mais o Funk.
Como é chata essa Ana Carolina. Como é chata a Ivete Sangalo. Gaiola das "popozudas"( não aceito esse "z") já!
Enfim, nem gosto da Tati quebra-barraco, mas admiro sua posição de privilegiar uma marca como a Dako, que não é bem vista no mercado. Deixa as meninas compraram o fogão que quiserem, ninguém tem nada com a cozinha delas.
Admiro também as meninas da Gaiola, pois em seus singelos versos "É minha é minha. A p*da b*é minha!" mostram-se pessoas de opinião.
Intelectual gosta de 50 cent, Ja-Rule, Jay Z e Akon. Bem O Akon canta assim, em "Smack that":
"Transando, no chão
Transando, dê-me um pouco mais
Transando, até você se machucar
Transando, oooooh"
E aí, tá na pista?
5 comentários:
Ontem eu tava num shos do Mr. Catra.
Não foi a primeira vez.
Eu amo "Adultério na 4 X 4" e "Vem todo mundo", mas ontem noite passada ele se superou com uma versão para PRIMEIROS ERROS em que o refrão virava "Se meu pau não parar de crescer..." e acabava com o homem dando um nó no pinto de tão grande que ficou.
De uma poesia ímpar essa nova fase do rei.
Bem estilo "Colégio Pedro II"!
O cara é meu contemporâneo de colégio, pra quem não sabe...
olha... logo percebi que o Mr. Catra e o Gerson tinham algo em comum... aaah, essa gente de classe!
eu me lembro que vc era dessa posição (ui) desde os áureos tempos da Uff. Vc fez tem trabalho publicado nisso?
ps. Achei muito legal teu texto!
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