domingo, 26 de agosto de 2007

Mulherezinhas



Já vai pra mais de dez anos que tv por assinatura deixou de ser novidade no Brasil. Hoje qualquer comunidade tem pelo menos uma gatonet pra dar um pouco mais de satisfação televisiva aos telespectadores.




Com a tv por assinatura vieram os canais ditos temáticos. Assim, temos canais para homens (os de esportes e os de filmes "adultos" são exemplo disso), além de canais para mulheres (Fox Life, GNT, E! etc.). Acontece que esse povo começou a se levar muito a sério nessa história de ser temático.




Por exemplo, observe-se o "Saia Justa", do GNT. O que é aquilo? Sinceramente, eu até achava a Soninha um pouco inteligente, respeitava um pouco a Mônica Waldvogel, só que agora não dá mais. Maitê Proença, Márcia Tilbury (filósofa!) e Betty Lago completam o quinteto mais sem-noção do canal. Conseguem ser mais idiotas que a Astrid Fontenelle.




A marra das mulheres é fenomenal. Quando a Maitê Proença começa a dar os toques sobre religião, dixendo que Deus está em tudo, é de doer. Quando a Márcia Tilbury diz que não aceita uma crítica a Goya, pois é coisa de ignorante, dá vontade de desligar.




Mas por que não desligo? Sou o tipo de pessoa que busca motivos para desgostar mais das outras. Existe a necessidade de ter argumentos contra alguém para poder falar mal desse alguém. Por isso me mantenho assistindo. Podia ser pior: a Luana Piovani e a Ana Carolina (Argh!!!) poderiam estar ali ainda. Quer dizer, podia ser bem melhor.




Canais temáticos servem pra isso: encher programação da tv de lixo, como se já não bastassem a CNT e a Band. Além disso, pode-se dizer que sevem para desmistificar determinadas celebridades como a Marília gabriela e a Fernanda Young. É tudo fake. De inteligente nelas não se salvam nem os comentários politicamente incorretos da segunda.




Inteligência é artigo em falta não só na tv, mas de uma maneira em geral. Aliás, se fôssemos classificar o fato de haver pessoas inteligentes em nossa sociedade como normal ou patológico, certamente optaríamos pelo patológico. Só falta mais um manifesto sociológico.

domingo, 19 de agosto de 2007

No comments

I
- Professor, posso falar com o senhor?
- Sim, claro.
- Olha só, eu sempre fui assim meio sensitiva, sabe? Então, eu já sonhei com uma amiga que estava surtando, e ela surtou; já sonhei que um cunhado morria, e ele morreu.
- Tá, e daí?
- Eu sonhei que o senhor era seqüestrado. Sua família ficava desesperada. Parecia que tinham encontrado seu corpo, mas aí eu acordei...


II

- Rapaz, eu não consigo acreditar na colher de chá que aquela cidadã recebe aqui. Não é possível!
- Olha, você sabe que o Delacir é lixeiro, limpa-trilho mesmo; portanto, não descarte nenhuma hipótese, nem a de que ele pode tê-la conhecido biblicamente...
- Rapaz, eu nem falo nada. Esse negócio de lixeiro me causa traumas.
- Por quê?
- Quando eu era pequeno, meu pai, após a morte de minha mãe, morava no centro da cidade enquanto eu morava com uma tia. Certo dia, eu chego ao local para visitá-lo, e vejo sair uma senhora com umas sacolas de supermercado. Àquela hora, de manhã cedo, me pareceu estranho. Pô, fui logo perguntando:
- Pai, quem era aquela senhora estranha que saiu aqui do seu quarto?
- Cala a boca, rapaz! Você não viu nada, cala a boca!
- Gerson, meu pai comeu um MENDIGA! Isso é ser lixeiro!

III

Simpósio de Profissionais da Educação, Itaboraí, Rio de Janeiro.

Palestrante:

- Vocês pensam que só o homem raciocina?

Professora, interrompendo:

- Não, animal também raciocina...

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Design, estilo e coisas afins...


Mulheres com sobrancelhas pintadas me causam arrepios. Aquelas senhoras parecem ter aberto mão de tudo que preceitua o Código Civil no que tange à dignidade da pessoa humana. Só pode ser isso. Exposição ao ridículo tem limites.


Desse tipo de mulher eu aceito, no máximo, o permanente. Sim, ainda há quem faça permanente. Agora, design de sobrancelha não dá. Portanto, aquela tatuagem da Elza Soares - no braço, graças a Deus - só pode ser provisória. O melhor pra pessoas dessa idade é fazer uma tatuagem de sharpei, as rugas são só um plus.


Há partes do corpo que merecem um trato especial da mulher no que diz respeito a design. Por exemplo: cóccix (essa palavra é foda), ali é lugar de tatuagem de serpente, códigos de barra ou o nome do proprietário atual. Púbis: coração. E por aí vai. Entretanto, isso é proibitivo para senhoras acima de uma certa idade que podem, no máximo, fazer uma tatuagem de estrela no tornozelo. Só pra dar um aspecto cocota.


Mas ninguém, ninguém mesmo, jamais, em tempo algum, deveria ser autorizado a desenhar sobrancelhas. Se chegou a esse ponto, de aceitar que sua identidade esteja vinculada à idéia de loucura, é melhor deixar que os vermes da terra - que já estariam atuando-, acabem de fazer o serviço, e a mulher descanse em paz.
PS: Aquela tatuagem da Xuxa - o golfinho mergulhando no cofrinho - sugeriria o quê? A resposta talvez só a Ivete Sangalo tenha...

Por que não eu? Oh, oh, por que não eu?


Existem situações em que determinados comentários vem à ponta da língua, mas, por uma questão de educação, deixamos de lado. Bem, dependendo da pessoa, a gente faz o comentário assim mesmo.


Foi mais ou menos o que aconteceu esta semana. Uma colega falava sobre a compulsão sexual de um colega em comum - até em beira de estrada o cara já foi flagrado -, questionando, em seguida os métodos utilizados pela figura.


O professor chegava junto da presa, falava uma ou duas gracinhas e o caminho para a fagocitose estava traçado. O detalhe é que ele já estava se acostumando com as menininhas da sétima série também, por isso a coordenação estava tão preocupada.


Ciosa dos valores familiares, nossa amiga simplesmente mandou a clássica:


- Gente, se não der confiança, ele fica na dele. Só cai no papo quem quer. Por que vocês acham que ele nunca me deu uma cantada?


Eu até que fiquei tentando responder a pergunta mentalmente. Por que seria? Vieram-me alguns questionamentos comuns em vez das respostas: Seria ela ruim de jogo? Seria ela moralista? Seria ela "entendida'? Seria ela notória difusora de doenças venéreas?


A resposta estava a minha frente. Era tudo muito simples e eu não enxergava. O que nos cega nesses momentos? O que nos torna tão incompetentes na interpretação de um texto tão claro?


A resposta era muito óbvia: a mulher é pavorosa, feia para c*. Só isso. Some-se a isso o fato de ser professora, dura, com mais de 40 e cafona. Aí só o amor de uma alma pura e sem pecados.

domingo, 12 de agosto de 2007

Bons tempos? II




Sair com os pais só é bom programa até você completar dois anos de idade. Depois disso, é sempre algo de que os filhos desejam fugir.


Pra mim sempre foi o fim ir à casa das amigas da mminha mãe. Parecia que aquele pessoal só sabia cozinhar uma coisa: cozido. Até hoje detesto cozido. Aqueles legumes inteiros misturados com aquela vastidão de carne era de uma estupidez gastronômica teratológica.

Mas, como estávamos nos anos 80, aceitávamos tal condição. Nessa época, tudo era deprimente: condição social, vestuário, programação televisiva etc. Acho que a única coisa que se salvou foi o chamado BRock.

Pra fugir da depressão pós-cozido, sempre tinha um Legião pra ouvir. O Legião Urbana - cujo nome é criticado até hoje por evangélicos mais linha-dura, por conta da referência demoníaca - agitava tudo. Todo mundo dançava como louco ao som de Será?, Geração coca-cola e, a minha preferida, Teorema.

Nessa época, o BRock também trouxe o Paralamas, o Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, Lobão e os Ronaldos, Plebe Rude, Finis Africae, Hojerizah, Picassos Falsos, além, é claro, da superbanda que era o Barão, que ainda tinha o Cazuza.

Os anos 80 foram ruins em quase tudo, mas trouxeram o Renato Russo e o Cazuza. Acho que os caras trariam emoção até se escrevessem sobre sabão em pó. ( Muito provavelmente falariam que, em um momento de depressão, misturariam o pó do sabão à cocaína, só pra imaginar coisas coloridas e cheirosas.)
Eu me sentia um membro da "Geração Coca-Cola". Afinal, éramos "filhos da revolução", o "futuro da nação". E eu estava certo em acreditar no Renato Russo. Por isso que o país está essa merda hoje.

Com o Cazuza, a gente aprendeu que ficar deprimido era legal. A letra de "Down em mim" era realmente pra se matar:
"Eu não sei o que o meu corpo abriga
Nessas noites quentes de verão
E não me importa que mil raios partam
Qualquer sentido vago de razão
Eu ando tão down (...)
Outra vez vou me esquecer
Pois nestas horas pega mal sofrer..."

Os dois realmente eram foda. Tinham mesmo que morrer, pois o Brasil não agüentaria assistir aos dois caírem na mediocridade, o que certamente aconteceria.

Só os dois mesmo pra fazer descer a batata doce do cozido, sem vomitar depois.

Bons tempos?


Os anos 80 viraram moda novamente. Na verdade, ano passado foi uma coisa com essa época. Era um tal de almanaque disso, Balão Mágico, Simony, Supla etc. Todos com tanta saudade que dava a impressão de que a época era realmente boa.


Eu confesso que os anos 80 eram terríveis pra mim. Primeiro porque era adolescente, e adolescente sofre em qualquer época. Segundo porque estava sempre sem dinheiro. Hoje ainda não tenho dinheiro, mas o "sempre" não entra mais na frase.


Além disso, quem poderia ser realmente feliz sem programação de qualidade na tv, e torcer pro Naim no Qual é a Música? quebrar o recorde de vitórias do Ronnie Von? A gente via Super Vicky, Super Gatas e Primo Cruzado - tudo dublado - e adorava. Era a época dos enlatados. Hoje aquilo tudo me parece sórdido.


Resolvi retomar um tema até certo ponto batido, pois essa semana houve uma "chopada" em uma determinada boate da Região dos Lagos, que é freqüentada por alunos. Pagavam-se 15 reais pela entrada e o chope era à vontade. O problema era chegar a ele.


Isso me fez lembrar os famosos festivais. Festival de sorvete, festival de refrigerante e festival de chope. Onde ocorriam? Nos clubes mais distantes da minha casa. De um lugar eu me lembro bem: o clube dos suboficiais da aeronáutica, que, na verdade, era uma quadra com banheiro.


A relíquia desses festivais dos anos 80 eram as canecas! Quem nunca foi à casa de algum amigo que tem uma coleção de canecas dos festivais. A caneca era o ingresso. A caneca era o troféu. Pesava como um troféu. Normalmente quebrava depois do primeiro gole de refrigerante, porque a criançada na agüentava o peso. E isso depois de ficar meia hora na fila.
Minha querida amiga AustraliAna há de acreditar que esse, sim, era O programa de índio.


Hoje não tem mais festival. Não tem mais caneca, pois, se produzissem mais, os ladrões mais criativos usá-las-iam como arma branca. E hoje com a molecada tão nervosa, não haveria uma chopada na Absolute Lounge que terminasse sem alguém ferido por uma caneca-monstro.


sábado, 11 de agosto de 2007

Personagem ímpar


- O que você aprendeu na aula de teclado hoje, Gabriel?


- Cai, Cai, balão.


- Então toca pra mamãe ver.


- Não quero.


- Ah, toca! Mamãe gostava de ouvir quando era pequena.


A mãe cantarolando:


- "Cai, cai, balão ... Aqui na minha mão... Não vou lá... Tenho medo de apanhar!" Viu que legal? Toca pra mamãe ver!


- Mãe, não dá pra pegar balão com a mão. E balão não tem pai nem mãe pra poder apanhar!


Pano rápido.

Destino traçado


A criança corria enquanto a mãe gritava:


- Ashley, volta aqui, Ashley!


Não, não era cena de filme. Não era legenda de clipe da Ashley Simpson. Era a ex-babá do meu filho que gritava o nome da filha pelo supermercado a dentro.


Interessante como a criatividade para nomes é mais comum entre pessoas mais humildes. Aliás, pobre é mais criativo em tudo. Dá jeito em tudo. Nome de filho é só uma dessas coisas.


Foi-se o tempo em que a Sue Ellen, do seriado Dallas, foi inspiradoradora das várias Suélens que existem hoje em dia. E o Michael Jackson? Hoje a quantidade de Maicons e Maiquels é maior que a de Gérsons - graças a Deus! Nem pros meus filhos quis deixar essa herança.


Mas isso é muito interessante. Vejam bem, o que falta em dinheiro, o pobre tenta compensar em letras: Gabriell, Teillor etc. Agora a onda são os Rayans (Ryans) Braians e afins. Ninguém quer mais saber de João, Francisco e Joaquim. Só rico. Pobre quer Jhon, John, Dion, Dionny, Djone. Pobre quer Dillon. Pobre quer Stayman, Heskarlathy, Shenandoa.


Tudo isso só pra ter o prazer de gritar o nome do filho em lugar público. Vai que vira artista...

sábado, 4 de agosto de 2007

Axiomas


Certas indagações são necessárias para o bom andamento do convívio social. Dessa forma, proponho a observação de alguns comportamentos, para que haja uma análise apropriada e uma conclusão aceitável. Lembro que alguns desses questionamentos já apareceram antures no blog da amiga AustraliAna.


São as questões:


1. homem acocorado em meio-fio de rua movimentada, sem camisa e de bermuda da Pier, é desocupado, desamparado e realmente impróprio para o casamento?


2. homem que carrega gaiola de passarinho pra lá e pra cá merece respeito?


3. mulher que faz escova no cabelo e aproveita para pintá-lo com mechas simétricas nas cores amarelo-ouro e caramelo merece alguma consideração de um ser humano do sexo masculino? (Acrescente a isso o fato de ser professora.)


4. homem nos seus 50 anos que solta pipa na Linha Amarela, às 4 da tarde, em uma sexta-feira, seria fonte de segurança pra alguém?


5. Mulher na faixa dos 60, com 500 ml de silicone nos peitos, cara de Dercy Gonçalves, serve pra alguma coisa além de pendurar terno?


6. Mulher que cria gatos já se resignou com a condição de solteira?


7. As alunas de Letras daUff - com raras exceções, ressalte-se - seriam produto de consumo dos alunos do bloco N?


8. Se chamar alguém de homossexual é injúria, então ser viado é crime?


Enfim, tais dúvidas assolam a curiosidade de todos. Cabe perguntar se as respostas se tornariam verdades universais. Seriam boas hipóteses para estudantes de Ciências Sociais.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Silogismos

Um rico diálogo se desenvolvia entre Fernanda e Gabriel.

- Mãe, eu sou rico?

- Você tá maluco, Gabriel? Claro que não! De onde você tirou isso?

- X falou que eu era rico.

- Mas o X tá errado. Ninguém aqui é rico! Pelo contrário, papai e mamãe trabalham muito. Rico que é rico não precisa trabalhar.

Um momento para reflexão do garoto.

- Então eu sou rico, mãe. Eu não trabalho!